A heteroidentificação é um procedimento utilizado para confirmar a autodeclaração racial dos candidatos que se inscrevem nas cotas para negros (pretos e pardos) em concursos públicos.
Ela é feita por uma comissão que avalia os traços fenotípicos do candidato — como cor da pele, cabelo e outros aspectos visuais. O objetivo é evitar fraudes, mas o procedimento vem gerando polêmicas e, em muitos casos, injustiças.
A Lei nº 12.990/2014 garante que a inscrição nas cotas seja feita por autodeclaração. Ou seja, é o próprio candidato quem se identifica como preto ou pardo.
A própria lei prevê o uso de mecanismos de controle, como a heteroidentificação, mas não autoriza eliminações arbitrárias ou sem direito à defesa.
Além disso, a Constituição Federal assegura:
O princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III)
O devido processo legal, com direito ao contraditório e ampla defesa (art. 5º, LIV e LV)
A proteção contra discriminação racial e social (art. 5º, XLI)
O STF já decidiu que a heteroidentificação é válida, desde que:
Sirva como instrumento complementar, e não substitua a autodeclaração
Respeite os direitos do candidato, especialmente o contraditório
Seja realizada com transparência e critérios claros
“A eliminação de candidato por comissão de heteroidentificação só é válida quando houver fundamentação e garantia de defesa.”
— STJ, RMS 59.558/DF
Eliminação sem motivação clara
Falta de possibilidade de recurso
Comissão com critérios subjetivos
Avaliação meramente visual, desconsiderando o contexto social e histórico do candidato
Muitos candidatos que se reconhecem e são reconhecidos socialmente como negros estão sendo excluídos injustamente de concursos, com base em impressões visuais superficiais.
Você pode:
Recorrer administrativamente, se houver previsão no edital
Entrar com ação judicial, pedindo:
Anulação da eliminação
Retorno ao concurso ou nomeação (se aprovado)
Indenização por danos morais, se houver exposição ou abuso
A heteroidentificação deve existir para evitar fraudes, mas não pode ser usada para excluir negros do serviço público. O racismo estrutural não se combate com mais exclusão — e sim com justiça e sensibilidade.
Se você foi eliminado, não está sozinho. Muitos candidatos estão recorrendo com sucesso. Busque orientação jurídica e lute pelos seus direitos.
Você ou alguém que conhece foi eliminado injustamente?
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